terça-feira, 3 de novembro de 2009

O "Filho sanduíche"

Antigamente era muito comum que casais tivessem uma escadinha de filhos, meus avós paternos tiveram 18 filhos! Nos dias de hoje isso é incomum, pois a opção das famílias é por poucos filhos, um ou dois, no máximo três, segundo o IBGE.

A ordem do nascimento (A posição na escadinha) pode influenciar, significativamente, no comportamento e personalidade das crianças. Pois elas adotam diferentes posturas e estratégias em busca da aprovação de seus pais.

Geralmente o primogênito desde cedo se torna sensível às regras e expectativas dos pais assumindo mais facilmente responsabilidades. Quase sempre também o caçula é o mais mimado, pois os pais muitas vezes, impõem menos limites, alegando se tratar do mais “pequenininho” e mais “frágil”.

Cabe ao filho do meio lutar para que sobre um pouco da atenção dos pais, dividida entre os irmãos. Ele é o “filho sanduíche” aquele que vivencia dificuldades por não ter os mesmos privilégios do menor, que é mais protegido, ganhando colo e comida na boca. E nem tem os mesmos privilégios do maior, que desfruta da confiança e credibilidade dos pais desenvolvendo maior autonomia.

Ele pode apresentar comportamentos regressivos incompatíveis com sua idade e próprio do irmão caçula, tais como: fala infantilizada, enurese noturna, volta á chupeta e aos brinquedos que já não lhe interessavam mais. Pode ter dificuldade para consolidar a sua maneira de ser e a sua posição dentro da família. Em busca do seu espaço próprio, pode acabar apresentando atitudes que evidenciam a necessidade de ser diferente: se um irmão é dócil, ele é o rebelde; se o outro é um gênio, então ele apresenta dificuldades escolares. Diante disso pode ser vítima de freqüentes comparações, muitas vezes injustas. Estas são só algumas manifestações de dificuldades que o filho do meio pode vivenciar.

Dicas para os pais

Ser o “filho sanduíche” tem lá suas dificuldades. Mas essas podem ser amenizadas se os pais permitirem que cada filho ocupe o seu lugar e sinta que, inde¬pendente da ordem de chegada, todos são reconhecidos por suas qualidades e características pessoais. O filho do meio enfrentará melhor as dificuldades se a sua individualidade for respeitada, se não lhe cobrarem tanto os com¬portamentos infantis (próprios do caçula) e nem exigirem posturas mais maduras (próprios do velho).

A cada filho que nasce é modificada a composição e a dinâmica familiar e cada um deles será influenciado de modo especial e único. Embora integrantes de uma mesma família, cada filho é um indivíduo único, diferente.

Educar não é simples. E, na medida em que os filhos crescem, é importante conhecer as características de cada um. É preciso muito jogo de cintura para que os filhos sejam tratados igualmente, justamente por serem diferentes. Não é uma tarefa fácil! Para não errar com os pequenos, lembre-se de que cada filho tem suas características e, portanto suas próprias exigências.

Muitos pais ignoram a distinção que fazem entre seus filhos trazendo grandes prejuízos ao seu desenvolvimento, no caso do filho do meio, pode ter problemas com auto-estima, já que fica apagado na ordem familiar. Os pais devem distribuir a atenção e cuidado de uma maneira mais equilibrada possível entre os filhos, não estabelecendo um deles como modelo, nem negligenciando as necessidades do outro.

Para os “filhos sanduíches”

Geralmente o filho do meio se sente preterido pelos pais, sente que na maior parte das vezes, o primogênito recebe dos pais respeito, e o caçula apoio. Ficando ele meio de sobra. Mas se houver um desenvolvimento saudável com um bom enfrentamento logo aprende a cuidar de si e resolver seus problemas. É o filho que tende conquistar mais ativamente uma identificação ou predileção com os pais, sendo possível ter uma maior autonomia e autenticidade.

Ele pode ter uma personalidade independente, afinal, não teve os paparicos do último ou as mordomias do primeiro, se tornando capaz de se adaptar às circunstâncias mais facilmente. É o filho que pode melhor desenvolver o aprendizado social como também ser um grande mediador entre os irmãos. Outro fato, é que o do meio passa a ser o ex-caçula, perdendo o estigma de ser o menor, e pode ser que esta sensação de ser promovido atinja todo o resto de sua vida, se promovendo e tendo sucesso em variadas áreas.

Assim tão bonito... E ninguém me adula!
Não sou o primogênito, nem sou o caçula.
Não sou o primeiro, tampouco, o terceiro.
Sou filho do meio e, de graça, sou cheio
Do tal sanduíche, sou só o recheio.
Mas... Digo a verdade e ganho a aposta:
Sempre é do recheio que todos mais gostam!


(Escritora e poetisa - Maria da Graça Almeida)

Graça e Paz.

Pra. Adriana Reis

2 comentários:

Unknown disse...

Ainda bem que não sou "filha sanduíche" kkkkk
Mas a verdade é que tudo o que foi escrito é verdade mesmo. É muito fácil de perceber isso dentro do contexto familiar!

Unknown disse...

Eu tenho três filhos esse texto se encaixa direitinho no que esta acontecendo em minha casa .Quero que meu filho deixe de ser sanduíche . Fico feliz que tenha texto como este para nos ajudar na educação de nossos filhos.

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