segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Medos infantis

Quem já sentiu medo alguma vez na vida? Certamente, todas as pessoas já experimentaram sentimentos de medo, de uma ou de outra forma, com maior ou menor intensidade e muitas vezes, sem qualquer lógica ou razão.

O medo é um estado natural do ser humano, independentemente da idade, é um sentimento muito primitivo presente nos seres humanos e nos animais, sem ele correríamos riscos desnecessários. Ele é uma reação instintiva de defesa que nos prepara para fugir diante de situações ameaçadoras, funciona como alerta contra ameaças a nossa sobrevivência. Ele é uma reação essencial, uma ferramenta fundamental para evitar o perigo.

Os medos mais intensos são chamados de fobias. Recapitulando então, o medo define-se pelo surgimento de uma reação ansiosa diante determinados estímulos. É uma emoção normal e saudável, que nos alerta sobre os perigos que nos rodeiam. Já a fobia é um medo patológico específico e intenso, desencadeado por um objeto ou situação, que por si só não acarreta qualquer perigo.

O medo começa a se tornar um problema quando surge diante de situações que não apresentam uma ameaça real. No caso das crianças o que acontece é que elas têm uma imaginação muito fértil e elas a usam para exagerar perigos. Diante disso é muito importante que os pais respeitem os medos infantis e procurem entender e ajudar seus filhos a superarem esse problema.

Os medos são inevitáveis, mas são também controláveis se a criança conta com a confiança e a ajuda dos pais, na maioria das vezes os pais conseguem fazer com que seus filhos superem seus medos. A simples presença da mãe ou do pai pode aliviar uma crise. Para a criança de pouca idade, os pais são criaturas poderosas e a segurança de seus braços afasta muitos perigos reais ou imaginários.

Não devemos ignorar os medos das crianças, é comum que os adultos não dêem muita importância aos medos infantis. Em alguns casos sem entender os motivos reais pelos quais as crianças sentem medo, os adultos acabam tomando atitudes inadequadas com a pretensão de acabar com o medo. Jogar forçosamente uma criança com medo de água dentro de uma piscina ou trancá-la num quarto escuro não a fará vencer o medo. Expor a criança com ignorância a coisas que teme e que não sabe nomear as causas não resolverá o problema.

Aos pais cabe a tarefa de ensinar e educar usando o bom senso e muito carinho, evitando assim acentuar qualquer ansiedade ou transformar um medo moderado, provavelmente passageiro, em uma experiência destruidora, capaz de se transformar numa fobia. É preciso ter a consciência que as fobias podem abalar o crescimento saudável de uma criança, porque são vividas tão intensamente que condicionam a sua auto-estima, a segurança e a confiança. Tão importante como saber o que fazer é o que não se deve fazer quanto à superação do medo de uma criança.

Às vezes é difícil para os pais determinar quando um medo infantil requer alguma forma de terapia.Quando o problema não é resolvido no âmbito familiar, é indicado procurar atendimento psicologico, já que o profissional pode encontrar a raiz do medo a partir de diálogos e de boas técnicas como a ludoterapia.

Dicas para lidar com os medos infantis

Avalie a intensidade do medo e fique atento para o limite da normalidade, que é a rotina saudável de vida;

Não diga mentiras, tais como: “vamos ao parque de diversão!” Sendo que a criança vai ao médico. Isso não é nada divertido! Porém prepará-la dias antes de ir ao médico aumentará sua ansiedade. Basta algumas horas antes;

Fale a verdade sobre os medos reais para que a criança construa noções de perigo. Exemplo: ela tem de saber que escadas, piscinas e animais presos representam riscos. Mas faça isso sem aterrorizá-la;

Não gaste tempo demais falando sobre determinado assunto para evitar que a criança fique ainda mais ansiosa. Mude de tópico, distraia;

Assegurar a criança que está tudo bem. A criança está muito atenta às ansiedades de seus pais. Expressões corporais e faciais e palavras irão confortá-la. Assegurar que tudo está sob controle;

Brinque com seu filho e entre na fantasia dele, experiências lúdicas ajudam os pequenos a lidar com seus anseios. Bonecos e brinquedos treinam a criança para a vida. As crianças costumam representar em brincadeiras o sentimento de medo frente a uma situação real, como a ida a um hospital;

Na hora de dormir a criança se sente desprotegida, pois tem que se “desligar” da presença dos pais e da segurança que os adultos oferecem. Então, quando a luz se apaga, as crianças não enxergam nada, o que é real desaparece e a escuridão esconde os perigos de sua própria imaginação. Não devemos obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme, nem ameaçá-la. É normal que tenha um pouco de medo do escuro, porque não consegue ver nada! Então não a obrigue a dormir sozinha com a lampada desligada;

Se a criança acordar de repente, tremendo de medo por causa de um sonho, não diga que é besteira e a mande voltar a dormir, virando você as costas, mas a abrace e a proteja. Pouco a pouco fica mais calma, volta a adormecer;

Uma causa que pode levar ao medo do escuro é a mudança de casa. A casa ou o quarto novo são desconhecidos que podem guardar surpresas como os temíveis monstros. Tenha paciência com a criança até que ela conheça a nova casa, canto por canto e vença o medo;

Com as crianças pequenas use um tom de voz muito calmo e a abrace de forma delicada quando ela demonstrar pavor. Ela responderá mais ao seu tom de voz do que ao significado de seu discurso, mesmo porque o vocabulário dela ainda está em formação;

Ofereça objetos para ela se sentir mais segura, principalmente na hora de dormir sozinha. São os chamados objetos transacionais, que reduzem a ansiedade da criança. Pode ser o famoso ursinho, a boneca e até cobertor ou fraldinha. O importante é que ela tenha algo familiar à mão para enfrentar os temores na hora de dormir;

A televisão é um meio de grande influência no desenvolvimento do medo. Alguns pais não prestam atenção nos programas assistidos pelos filhos e não entendem o porquê de tanto medo. A criança assiste TV sozinha sem a mediação de um adulto no esclarecimento do que é real ou imaginário. Fique atento ao que seu filho assiste na televisão;

Ao impor limite à criança não use frases como "o velho do saco vem te pegar" ou "o médico vai ter dar uma injeção". Existem diversas maneiras de educar sem que seja necessário utilizar meios amedrontadores;

Não cante musicas na hora de ninar e embalar as crianças, como: "Boi da cara preta pega essa criança que tem medo de careta" ou “... a cuca vem pegar...". As letras ficam no inconsciente e ajudam a causar medo na criança;

Os pais devem proporcionar segurança e confiança através de diálogo. Deixe seu filho à vontade para que expresse suas angústias e preocupações;

É importante que os pais trabalhem de forma discreta para que a criança ganhe segurança. O diálogo é sempre o melhor remédio. O grande segredo não é não ter medo, mas saber lidar com ele.

Evitar falar a terceiros diante da criança sobre seus medos e de como isso nos preocupa;

Evitar ridicularizá-la sozinha ou diante a terceiros;

Quando a criança se sentir atemorizada não ria dela ou do seu medo;

Não compará-la com outras crianças que não têm medo;

É aconselhável que os pais orem por seus filhos e os ensinem a orar e a confiar em Deus.

Graça e Paz.

Pra. Adriana Reis

2 comentários:

Daday disse...

Mãe...que show...amei seu blog..passarei aki sempre...muito bom!!

Dayanne Oliveira disse...

Pastora, parabens pelo seu blog tenho certeza q vai ser um canal de benção em nossas vidas... Muito interessante esse texto sobre medos infantis....

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