“Há vários motivos para odiar uma
pessoa, e um só para amá-la; este prevalece.”
Carlos Drummond de
Andrade
Este é um texto que esteve
incompleto por algum tempo na minha pasta de rascunhos do blog, eu não tinha
nenhuma motivação para termina-lo, porém o meu ultimo ano me deu motivação para
voltar aqui e terminá-lo, porque pude ver pessoas com sentimentos bem característicos
ao ódio. E isso me entristeceu. Quero compartilhar com meus leitores o que eu
penso e como me sinto com relação ao ódio, vou tentar me expressar como sempre
faço aqui, usando pensamentos de outros que faço deles meus, e também bíblicos
que são voz de Deus a mim.
O que é o ódio? O dicionário informal diz: O ódio é um sentimento de
profunda antipatia, desgosto, aversão, raiva, rancor profundo, horror, inimizade
ou repulsa contra uma pessoa ou algo, assim como o desejo de evitar, limitar ou
destruir o seu objetivo. Tanto quanto o amor, o ódio nasce de representações e
desejos conscientes e inconscientes.
Essa versão do dicionário informal para mim está muito informal
mesmo, dando muitos dados para outros assuntos, mas não quero discorrer sobre
outros assuntos, contudo usarei algo de sua versão. Para expor meu pensamento
vou usar de base a versão do dicionário Aurélio, sua versão está enxugada e bem
compatível com o meu intuito, onde diz que ódio é: Aversão inveterada e absoluta;
raiva; rancor; antipatia.
Aversão inveterada – O que é isso? Aversão é uma palavra conhecida
que quer dizer: ação de repulsar ou repelir. E a palavra menos conhecida inveterado
é: algo muito antigo, de longa data, arraigado, fixado pelo tempo ou pela
insistência. O sinônimo de inveterado: calejado, clássico e entranhado. Então
aversão inveterada para mim é igual a: um sentimento ruim guardado dentro de
si, que pode ser tranquilamente o ódio, pois todo sentimento ruim guardado por
muito tempo não gera boa coisa, tudo e qualquer mal dentro de nós deve ser
jogado fora de nós. Guardar esses sentimentos ruins, que talvez pudessem ser passageiros,
podem se tornar em sentimentos piores, tais como o ódio.
Não somos lixeiras para nos
enchermos de coisas que não prestam mais. Que serventia tem guardar algo ruim
dentro de nós? De nada! Isso só nos destrói trazendo desconforto, dor e ruina. Não compensa guardar nada ruim por muito
tempo. Ao mesmo tempo em que entrar sentimentos ruins devemos dar um jeito de
jogar pra fora de nós. Existem pessoas que dentro delas há celeiros inteiros de
sementes de ódio e estão prontas para semeá-las a qualquer terreno e tempo.
Guardaram por longa data cada ofensa, afronta, provocação, abuso ou qualquer
outra coisa ruim, guardaram como um colecionador guarda seus objetos de apreço,
na verdade essas pessoas parecem ter apreço por cada semente de seus celeiros,
hora ou outra estão com os seus olhos sobre o que guardam e acabam mostrando a
outros suas sementes, revelando o mal dentro delas.
Qualquer sentimento ruim em
demasia fará muito mal a qualquer um de nós. Sentimentos de ódio são
destruidores em qualquer situação, pode deixar quem os tem atordoados e sem
senso de justiça, desenvolvendo o desejo de vingança, que segundo o dramaturgo
e jornalista irlandês, George Bernard Shaw “o ódio é a vingança do covarde”. Eu
concordo com isso! Quem tem a intrepidez de arrancar de si o mal nunca sentirá
ódio, mesmo sabendo o que seja nunca sentirá. Covardes não se limpam, mas se
jogam no lamaçal da vingança, não se limpam porque não há força egóica
suficiente para enfrentamentos, é mais fácil para eles se jogarem contra outros
e não contra os males gerados neles mesmos! E aqui cabe muito bem uma frase de
Marquês de Maricá, político carioca de “mil e oitocentos e bolinhas”: “o
ódio e a guerra que declaramos aos outros nos gasta e nos consome”. Não
vale a pena! O mal guardado fará maior dano em nós mesmo!
Em 1 João 2.9-11 diz: “9
Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
10 Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo, 11 Mas
aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para
onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos”.
Não há progresso espiritual
nessas pessoas que se jogam contra os outros, que projetam o que é deles em
outros, não há ainda um crescimento espiritual. Quem não ama não está na luz e
faz escândalos, mostrando seus celeiros cheios de sementes do mal. No verso 10 fica claro que o amor tem que
ser por essência e não por reciprocidade, senão for por essência haverá
escândalos quando se jogarem aos outros. No verso 11 mostra que quem odeia o irmão ainda tem sua capacidade de
amar continuamente imatura. Se houver reação a frustação pode-se existir ódio e
não amadurecimento espiritual. O menos provável é que Deus esteja dirigindo tal
pessoa.
Em 1 João 3.11-15 diz: “11 A
mensagem que vocês ouviram desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos
outros. 12 Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou o próprio
irmão. E por que o matou? Porque o que Caim fazia era mau, e o que o seu irmão
fazia era bom. 13 Meus irmãos, não estranhem se as pessoas do mundo os odeiam.
14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida e sabemos isso porque
amamos os nossos irmãos. Quem não ama está ainda morto. 15 QUEM ODEIA O SEU
IRMÃO É ASSASSINO, e vocês sabem que nenhum assassino tem em si a vida eterna”.
Essa passagem supõe que odiar é
uma espécie de homicídio, quem odiar é um homicida em potencial, por isso, quando
alguém odeia ele quer destruir o outro, sua imagem, honra e etc. No mínimo quer
causar algum tipo de dano e no máximo de fato comete homicídio.
E em 1 jo 4.7 diz: “Amados,
amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido
de Deus e conhece a Deus”. Ora, o amor procede de Deus! Mas
quem sente o ódio procede de quem? De Deus que não é!
Ninguém conhece a Deus sem amor, vejam:
“1
ainda que falasse as línguas dos homens e dos anjos... 2 E ainda que tivesse o
dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria. 3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento
dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse
amor, nada disso me aproveitaria” 1 coríntios 13. Sem amor nada adianta tanta
espiritualidade. Assim como relata 1 jo 4.20:
“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois
quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” Então
espiritualidade sem amor não é verdadeiramente espiritualidade, ódio é oposto a
espiritualidade!
Enfim... Não vale a pena! Não
devemos colecionar nada de ruim dentro de nós, não devemos ser celeiros de
ódio, mas sim templos do Espírito Santo de Deus, “ou vocês não sabem que o corpo
de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por
Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus” I Coríntios 6:19
NTLH.
Não sejam inveterados com relação
aos sentimentos ruins, pois cada um deles guardados por tempo demasiado se
tornará em ódio! Joguem todo o lixo fora! Vocês não são lixeiras ou celeiros do
mal, mas morada de Deus! Nada deve ter poder absoluto em vocês, exceto Deus.
Nada deve ser mais imperioso em vocês do que o Senhor!
Raiva/ira – Bem, todo mundo sabe o que é raiva né? Porque esse
sentimento é bem comum, é uma experiência comum aos seres humanos,
provavelmente de modo universal. Esse comportamento de ira, fúria e de
irritação pode ser momentâneo, mas se conservado toma outra forma. Com a raiva
se pode saber algo sobre o ódio, ela é uma amostra, daí uma característica do
ódio.
Contudo, a raiva nem sempre é um
pecado. É claramente um atributo de Deus. Essa ira divina é vigorosa, intensa,
consistente, controlada e invariavelmente uma expressão de indignação perante a
injustiça. Deus é raivoso (Salmo 7:11;
Marcos 3:5). O dicionário Webster
define a ira como: “emoção excessiva, paixão despertada por um sentimento de injustiça ou
erro”. Biblicamente falando, a ira é uma energia dada por Deus para nos
ajudar a resolver problemas. De exemplos por resumo temos Paulo confrontando Pedro
por causa de seu mau exemplo (Gálatas
2:11-14) e Jesus ficando irado pela forma em que alguns judeus tinham
difamado o louvor no templo de Deus em Jerusalém (João 2:13-18). Note que nenhum desses exemplos de ira envolveu
autodefesa, mas defesa de outras pessoas ou de um princípio. Mas não é sobre a ira
de Deus ou sobre a ira como um sentimento de injustiça que quero tratar aqui. Isso
poderá ser tratado em outro momento.
Continuando... Eu noto na raiva
uma diferença bem clara com a aversão inveterada, na aversão se vê algo entranhado,
muita coisa ruim juntada, que é claro leva tempo se formando, a pessoa nota
isso mais cedo ou mais tarde e assim pode mudar a situação se quiser, jogando
pra fora de si o que não presta. Já a
raiva é uma irritação impulsiva, pode acontecer de repente sem que queiramos,
não é um sentimento causado somente pelo o que está dentro, mas sim causado por
fatores externos.
A raiva muitas vezes nos sobrevém
mesmo sem a nossa vontade. São situações que acontecem em que somos pegos de
surpresa por uma atitude de alguém ou circunstância e que nos leva à raiva. Contudo,
o que não podemos fazer é deixar a raiva nos tomar, um provérbio chinês diz: “Se
você é paciente em um momento de raiva, você evitará cem dias de sofrimento”.
Clarooooo! Há um perigo com
relação à raiva: constantes explosões de irritabilidade, de raiva, de ira, mostram
que o interior pode estar se enchendo de sementes do mal e isso trará dias e
dias de sofrimento. “Não permita que a ira domine depressa o seu espírito, pois a ira se
aloja no íntimo dos tolos” Eclesiastes 7:9.
E dominar-se torna muito
necessário! “O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se” Provérbios
29:11. É necessário se dominar, se controlar, mesmo diante daqueles que nos são
íntimos e que confiamos, pois esses mesmos podem nos desnudar perante outros, trazendo dias de sofrimento. É necessário se dominar para não projetar
negativamente nos outros, essa reação repetidas vezes é um tipo de prova de
fraqueza egóica, quem tem o ego forte quase nunca explode em irritabilidade. Um romancista, poeta e dramaturgo francês, Alphonse Daudet
disse: “o ódio é a cólera dos fracos”. CER-TA-MEN-TE!
Segundo o filósofo e político
italiano, Maquiavel, “os homens ofendem por medo ou por ódio”,
massss... O Apostolo Paulo aconselha: "Quando vocês ficarem irados, não
pequem, apaziguem a ira de vocês antes que o sol se ponha” Efésios 4:26.
Definitivamente não devemos alimentar este sentimento, não devemos esperar para
resolver nossas questões tardiamente, precisamos resolvê-las quanto antes para
que não se fixem dentro de nós, e isso, antes que o dia se acabe, porque “a
sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas” Provérbios
19:11.
Com certeza: “melhor é o homem paciente do que
o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade”
Provérbios 16:32, pois DE-FI-NI-TI-VA-MEN-TE “o homem irritável provoca
dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão” Provérbios 15:18. Usando as palavras de Tiago
1:19-20, eu digo: “19 meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para
ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, 20 pois a ira do homem não
produz a justiça de Deus”.
Precisamos nos controlar nos
momentos de raiva e não agredir verbal ou fisicamente o outro que por algo nos
ofendeu. Um ditado popular diz que: “Não podemos impedir que as aves voem sobre
nossa cabeça, mas podemos impedi-las de fazer ninho sobre a mesma”. Da
mesma forma, muitas vezes nós não iremos conseguir impedir o acesso à ira, mas nós
podemos impedir que tal sentimento transforme-se em algo pior.
Uma das figuras centrais da
Reforma Protestante, Martinho Lutero, comentou esse dito popular usando Efésios
4:26 assim: “Não podemos impedir que os pássaros voem sobre as nossas cabeças, mas
podemos impedir que eles façam ninhos sobre elas. Assim também não podemos nos
livrar de sermos tentados, mas podemos lutar para não cairmos em tentações.”
A natureza humana é muito
intolerante com próximo, não deveria ser assim, mas é. Há pouca paciência,
respeito, misericórdia e compreensão. Por isso é muito fácil ficar com raiva e
essa raiva pode crescer de tal forma que se transformará em mágoa ou até ódio. É
preciso lutar pra não cair na tentação da raiva. Tenham muito cuidado, “a raiva leva ao ódio e o ódio leva ao sofrimento” Mestre Yoda, no filme: Batalha nas Estrelas.
E terminando com esse ponto,
quero dizer a todos: a raiva sentida pelo insensato sempre virará algo ruim,
algo como a mágoa, por exemplo, já a raiva sentida por alguém lúcido, sempre
virará prudência e liberdade, pois ele aprenderá com ela. Sejam lúcidos cada um
de vocês!
Rancor/mágoa/amargura – Aqui temos outro termo bem conhecido, um
sentimento de tristeza, pesar, desgosto e ressentimento. E eu noto uma
compatibilidade entre mágoa e aversão inveterada como também a mágoa com a
raiva.
Mágoa e raiva – Esses dois
sentimentos podem acontecer de repente sem que queiramos, são causados por
fatores externos. E nesses dois casos podemos mudar a situação se assim
quisermos, jogando pra fora de nós.
Mágoa e aversão inveterada –
ambos os casos algo está guardado, entranhado, criando raízes profundas e ao
longo desse tempo vão se tornando raízes venenosas. O autor de Hebreus na
versão NTLH nos aconselha atenção e diligência: “... Cuidado, para que ninguém se
torne como uma PLANTA AMARGA QUE CRESCE... Hb.12:15b, e
na versão RC: “...Tendo cuidado de que nenhuma RAIZ DE AMARGURA, BROTANDO, VOS
PERTURBE...” Hb.12:15b.
A amargura é um veneno que
desenvolve e cresce como raízes e essas raízes venenosas fazem mal
primeiramente para aqueles que as tem. Onde houver qualquer tipo de raiz de
amargura haverá uma ação contínua de tormentos, tais como: ideias fixas
negativas, sentimento de desvalorização, sentimento de fadiga, sentimentos
persecutórios, tendência a irritabilidade, tendência a enclausurar, doenças
psicossomáticas e etc. Apenas com esses exemplos temos a ideia de uma grande
perturbação, assim como descreve o autor de Hebreus.
Vamos ler agora o verso completo:
“Tomem
cuidado para que ninguém abandone a graça de Deus. Cuidado, para que ninguém se
torne como uma planta amarga que cresce e prejudica muita gente com o seu
veneno” (Hb 12:15 NTLH). Hummmmm... “PREJUDICA MUITA GENTE COM O SEU
VENENO”...
Vamos ler agora o verso completo
noutra versão: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que
nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem” (Hb 12:15 RC). Hummmmm... “POR ELA MUITOS SE CONTAMINEM”...
Muitos têm guardado mágoas em
seus corações por longo tempo criando raízes profundas, ao longo desse tempo, a
mágoa assume parte ou totalidade do caráter e comportamento dessas pessoas e
cria um terreno fértil para que raízes de amargura sejam geradas com
profundidade em outras pessoas.
Muitos vivem amargamente, falando
mal de outras pessoas, criticando a tudo e a todos, não é um mal concentrado neles
mesmos somente, mas um mal em forma de raízes que se alastram. Não conseguem
crescer e se desenvolverem. Clarooooooo! As raízes venenosas tomaram conta da
vida dessas pessoas, não há espaço pra nada mais! O crescimento da vida dessas
pessoas está comprometido e impedindo o crescimento dos outros.
Pessoas amarguradas são feridas
no seu ego e a dor que é causada é tão forte que elas ficam constantemente em
alerta, pensando nisso e naquilo, justificando suas razões a ponto delas precisarem
de outras pessoas para revelar as suas insatisfações. E o que elas esperam
ouvir? Uma afirmação daquilo que elas pensam. É incrível isso! Mas essas
pessoas precisam desabafar com outras, desabafar o que elas não conseguem
arrancar, desabafar o que elas não conseguem jogar para fora de si sem que seja
jogado nos outros. Do que isso resolve? Não resolve nada!
Então a raiz venenosa não
contamina só os que as tem? AB-SO-LU-TA-MEN-TE nãoooooo! Os adoecidos com
amargura contaminam outros. Vou repetir: Os adoecidos com amargura contaminam
outros! Vou repetir mais uma vez: Os adoecidos com amargura contaminam outros!
Preciso repetir mais uma vez? Creio que não, já ficou claro!
A Raiz de amargura pode ser
formada através de experiências negativas que uma pessoa tenha vivido, tais como:
ofensas, agressões, injustiças, sofrimentos, prejuízos, perdas, decepções,
rejeições, traumas ou por nada. Sim por nada! A possibilidade de a pessoa ter
apenas fantasiado algo ruim é possível sim. Ninguém está livre de algumas dessas
coisas não é? Entretanto no verso na parte ‘a’ diz: “Tomem cuidado para que ninguém
abandone a graça de Deus...” (Hb 12:15 NTLH), “Tendo cuidado de que ninguém se
prive da graça de Deus...” (Hb 12:15 RC).
Aí está o segredo! Quer cortar
essa raiz venenosa? Então tomem vocês cuidado, porque a amargura é um veneno
que pode se desenvolver sorrateiramente, tomem vocês cuidado e não abandonem a Graça
de Deus, aí está o segredo: agarrem com força na Graça do Senhor! Corte essa
raiz de uma vez só! Não resolve nada contaminar os outros! Exceto armadilha
preparada, cova cavada para os que contaminam os outros!
Antipatia – Um tipo de aversão, uma repulsa, repugnância instintiva diante de alguém ou de alguma
coisa.
Já escutei algumas vezes a
seguinte frase: “eu odiava o Fulano quando não o conhecia, mas com o tempo
passei a gostar” ou “meu santo não bate com o dele”. Essas frases demonstram
antipatia!
Empatia é aptidão para se
identificar com o outro, é se colocar no lugar do outro para tentar entender
seu sentimento e comportamento, essa habilidade deve ser aprendida logo na
infância, normalmente são os pais responsáveis por ensinar a empatia aos
filhos. Quem cresce sem ser empático se torna insensível e egoísta. Dessa
habilidade de nos colocarmos no lugar do outro podemos sentir antipatia ou simpatia,
simpatia é o oposto de antipatia, é o afeto que faz com que duas ou mais
pessoas se mantenham unidas. Então como eu disse: a nossa resposta a essa
habilidade de empatia poderá ser simpática ou antipática.
Ninguém sente simpatia ou
antipatia gratuita ou incondicional por alguém. Engana-se quem acha que gosta
ou não gosta do outro por nada! O problema está na razão que nos torna simpáticos
ou antipáticos, muitas vezes desconhecemos essa razão quando ela é
inconsciente. Quando não sabemos por que gostamos ou não de alguém é porque
isso se encontra escondido na inconsciência. Ao conhecer alguém gostamos ou não
gostamos dele por identificação. Por exemplo, gostamos porque algo nosso está
naquela pessoa, algo nosso foi compatível com aquela pessoa ou algo que aquela
pessoa possua - que não possuímos - é admirável e gostaríamos de ter ou ser, aí
houve identificação, por isso dizemos: “me identifiquei com o Fulano”.
Por outro lado, pode acontecer de não gostarmos de alguém que seja incompatível, por ter algo que não gostamos ou até porque a outra pessoa possui algo nosso do qual não gostamos de jeito nenhum. Por isso alguns dizem: “meu santo não bateu
com o dele”, kkkkk não mesmo? Pode ser que os lados desprezíveis dos ‘santos’ sejam
idênticos! Kkkk
Por outro lado, pode acontecer de não gostarmos de alguém que seja incompatível, por ter algo que não gostamos ou até porque a outra pessoa possui algo nosso do qual não gostamos de jeito nenhum.
O pai da psicanalise Sigmund
Freud em um dos seus textos (1921) diz que podemos nos identificar com coisas
boas do outro, mas de igual modo, podemos também nos identificar com os
sintomas das pessoas, com os problemas que se apresentam no outro e que
reconhecemos como nosso. Segundo Freud por identificação, nós podemos dar mais importância
ao sintoma do que ao objeto, ou seja, a própria pessoa. E na perspectiva de outro
psicanalista, Juan-David Nasio (1999), a pessoa pode identificar-se com o outro
de duas maneiras, conscientemente e inconscientemente, segundo o esclarecimento
do autor nem sempre temos consciência porque amamos ou odiamos.
Muitas pessoas não gostam de
outras ou até odeiam e sem motivo algum! Sem motivo? Não mesmo! Tem motivo,
mesmo que não saibam tem!
Eu digo que todos nós podemos nos
tornar pessoas melhores pelo autoconhecimento, podemos refletir por que
desgostamos tanto de determinadas pessoas. Encontrar essas razões nos trará
mais sabedoria, com reflexão saberemos mais de nós mesmo como do outro. Com um
pouco mais de empatia poderemos ter mais simpatia do que antipatia, daí talvez gostarmos
um pouco mais de quem gostamos de menos.
O pastor e autor de mais de 60
livros, John C. Maxwell, disse: “pessoas suscetíveis à mágoa tendem a
encontrar ofensas onde elas não existem”. É verdade isso o que ele
fala, ainda mais se falando de pessoas amarguradas. Mas dentro do que eu falei
sobre identificação: será mesmo que essas pessoas tendem a encontrar ofensas
onde elas não existem? Creio que não! As ofensas estão nelas mesmas e não nos
outros, elas só não sabem!
Esse mesmo autor disse: “A
natureza humana parece dotar as pessoas da capacidade de julgar todo o mundo,
menos a elas mesmas”. Não julguem os outros, não procurem ofensas nos
outros, mas sejam empáticos com os outros e olhem para vocês mesmos e façam uma
autoavaliação. A antipatia é uma característica do ódio, então reflitam!
Discorri aqui sobre o ódio analisando
a definição do dicionário Aurélio, que define o ódio como: aversão inveterada, raiva,
mágoa e antipatia. Vejo essas definições como características do ódio, portanto
dessas quatro, a AVERSÃO INVETERADA é o ódio propriamente dito e nela cabem todas
as outras definições, em minha opinião.
Terminando, eu posso dizer-lhes
caros leitores, ódio é um sentimento do qual eu conheço teoricamente, mas não
posso dizer o mesmo com a minha pratica de vida, nesse sentido o ódio é
desconhecido por mim, não há pessoa no mundo que eu odeie. Contudo já senti
raiva, já tive explosão de irritabilidade, já senti muita mágoa, mas consegui
jogar pra fora de mim àquilo que me destruía. Não permiti serem construídos
dentro de mim celeiros e menos ainda enche-los de sementes de ódio. Não permiti
que raízes crescessem e menos ainda tomassem profundidade dentro de mim. Esse sentimento
não está longe da minha realidade, anda de um lado ao outro, eu vejo, mas não
mora em mim e não tenho portas abertas para ele. Eu uso a lógica da fé
inteligente, que me faz refletir e analisar todo e qualquer sentimento, retirando
para fora de mim os que são ruins e alimentando os que são bons.
O que eu penso sobre o ódio? Tentei
aqui descrever e reforço: o ódio só faz mal a quem o sente, o ódio impede-nos
de seguir em frente, de sermos saudáveis, de socializarmos, de realizar sonhos
e de concretizar objetivos. E o que eu sinto sobre o ódio? Nada, nada,nada! Não
sinto ódio!
Atenção: o ódio é a destruição dos
que o sentem, todos devem reagir e não sucumbir! Desvencilhem o coração do ódio!
Para reflexão: “13
Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém
tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês,
perdoem uns aos outros. 14 E, acima de tudo, tenham amor, pois o amor une
perfeitamente todas as coisas. 15 E que a paz que Cristo dá dirija vocês nas
suas decisões, pois foi para essa paz que Deus os chamou a fim de formarem um
só corpo. E sejam agradecidos” Colossenses 3.13-15.
"Você pode desconfiar de uma
admiração, mas não de um ódio. O ódio é sempre sincero"
Millôr Fernandes
Millôr Fernandes
Graça, Paz e amor a todos!
Pastora Adriana Reis
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