Aproveitem a vida e se amem...
Graça e Paz.
Pra. Adriana Reis
A Revista Istoé, de 20 de fevereiro de 2008, publicou artigo intitulado “O garoto indio que foi enterrado vivo – Amalé quase foi morto em nome dos costumes indígenas. E a Funai faz vista grossa ao infanticídio de algumas tribos”.
“A dramática história desse pequeno índio é a face visível de uma realidade cruel, que se repete em muitas tribos espalhadas por todo o Brasil e que, muitas vezes, tem a conivência de funcionários da Funai, o organismo estatal que tem a missão de cuidar dos índios. ...
“A Funai esconde números e casos como este, mas os pesquisadores já detectaram a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os tapirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano. ...
“Os rituais de execução consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé”.
Em 20 de agosto de 2008, Edson Bakairi, líder indígena em Mato Grosso, professor licenciado em História com especialização em Antropologia pela UNEMAT e presidente da OPRIMT (Organização dos professores Indígenas de MT) por três anos, escreveu a “Carta Aberta do Movimento Indígena contra o infanticídio”, dirigida ao presidente Lula, à Primeira Dama D. Marisa e à Nação Brasileira.
Proclamou: "Somos índios, somos cidadãos brasileiros!... Portanto manifestamos nosso repúdio à prática do infanticídio e a maneira irresponsável e desumana com que essa questão vem sendo tratada pelos órgãos governamentais. Não aceitamos os argumentos antropológicos baseados no relativismo cultural... "Não aceitamos o infanticídio como prática cultural justificável, não concordamos com a opinião equivocada de antropólogos que têm a pretensão de justificar estes atos e assim decidir pelos povos indígenas colocando em risco o futuro de etnias inteiras."
Bakairi é sobrevivente de uma tentativa de infanticídio. Ele foi abandonado para morrer na mata, mas suas irmãs conseguiram resgatá-lo.
Em seu perfil no blog do Movimento Indígena a Favor da Vida, Bakairi relata: “Sou um sobrevivente! E sei a importância de um posicionamento firme quanto a questão do infanticídio. É importante que os indígenas defendam suas crianças. Há lideranças manipuladas pelos antropólogos que acham que os costumes são intocados. Temos que exercer a capacidade de mudar e combater o que é prejudicial. É difícil ouvir a minha história”.
Testemunhos indígenas a respeito do infanticídio podem ser vistos no blog “MOVIMENTO INDÌGENA A FAVOR DA VIDA”.
Hakani: a indiazinha que foi enterrada viva mas sobreviveu graças a seu irmão. Na foto, com sua mãe adotiva, a Sra. Márcia Suzuki, porta-voz do movimento pela abolição do infanticídio indígena, o ATINI. Na outra foto, estado em que se encontrava a menina quando foi salva. (www.atini.org)
Em apenas seis meses recebendo amor, cuidados e tratamento médico, Hakani começou a andar e falar. O sorriso voltou a iluminar seu rosto. Em um ano seu peso e sua altura simplesmente dobraram. Hoje Hakani tem 12 anos, adora dançar e desenhar. Sua voz, antes abafada e quase silenciada, hoje canta bem alto.
IBGE
Com base no Censo Demográfico de 2000, pesquisadores do IBGE constataram que para cada mil crianças indígenas nascidas vivas, 51,4 morreram antes de completar um ano de vida, enquanto no mesmo período, a população não-indígena apresentou taxa de mortalidade de 22,9 crianças por cada mil. A taxa de mortalidade infantil entre índios e não-índios registrou diferença de 124%. O Ministério da Saúde informou, também em 2000, que a mortalidade infantil indígena chegou a 74,6 mortes nos primeiros 12 meses de vida. Curiosamente, nas notícias do IBGE e do Ministério da Saúde não há qualquer explicação da causa mortes.
Muitas das mortes por infanticídio vêm mascaradas nos dados oficiais como morte por desnutrição ou por outras causas misteriosas (causas mal definidas - 12,5%, causas externas - 2,3%, outras causas - 2,3%).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Venho através destes recortes manifestar meu repúdio à prática do infanticídio e a maneira irresponsável e desumana com que essa questão vem sendo tratada pelos Órgãos Governamentais. Não se deve aceitar os argumentos antropológicos baseados no relativismo cultural. De acordo com a nossa própria Constituição Brasileira de 1988, que em seu artigo 227, determina:
"É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
A natureza universal dos direitos humanos é inquestionável, independente de suas perspectivas culturais. Os direitos humanos estabelecem um padrão legal de proteção mínima à dignidade humana e a violação a esses direitos é sempre condenável, independente da cultura do violador. Os direitos culturais são legítimos, mas não são ilimitados, é limitado até o ponto em que infringe qualquer outro direito humano. Isso significa que o direito à diversidade cultural não pode ser evocado para justificar a violação de um direito humano.
Preservar a cultura, os costumes, não significa cometer atos que atentam contra aos direitos humanos e violentam a dignidade da pessoa humana. Humanos, somos todos, índios ou não. Que este clamor se erga em toda a nação fazendo com que o direito a vida esteja acima de toda e qualquer cultura e etnia.
Graça e Paz.
Pra. Adriana Reis
Quem já sentiu medo alguma vez na vida? Certamente, todas as pessoas já experimentaram sentimentos de medo, de uma ou de outra forma, com maior ou menor intensidade e muitas vezes, sem qualquer lógica ou razão.
O medo é um estado natural do ser humano, independentemente da idade, é um sentimento muito primitivo presente nos seres humanos e nos animais, sem ele correríamos riscos desnecessários. Ele é uma reação instintiva de defesa que nos prepara para fugir diante de situações ameaçadoras, funciona como alerta contra ameaças a nossa sobrevivência. Ele é uma reação essencial, uma ferramenta fundamental para evitar o perigo.
Os medos mais intensos são chamados de fobias. Recapitulando então, o medo define-se pelo surgimento de uma reação ansiosa diante determinados estímulos. É uma emoção normal e saudável, que nos alerta sobre os perigos que nos rodeiam. Já a fobia é um medo patológico específico e intenso, desencadeado por um objeto ou situação, que por si só não acarreta qualquer perigo.
O medo começa a se tornar um problema quando surge diante de situações que não apresentam uma ameaça real. No caso das crianças o que acontece é que elas têm uma imaginação muito fértil e elas a usam para exagerar perigos. Diante disso é muito importante que os pais respeitem os medos infantis e procurem entender e ajudar seus filhos a superarem esse problema.
Os medos são inevitáveis, mas são também controláveis se a criança conta com a confiança e a ajuda dos pais, na maioria das vezes os pais conseguem fazer com que seus filhos superem seus medos. A simples presença da mãe ou do pai pode aliviar uma crise. Para a criança de pouca idade, os pais são criaturas poderosas e a segurança de seus braços afasta muitos perigos reais ou imaginários.
Não devemos ignorar os medos das crianças, é comum que os adultos não dêem muita importância aos medos infantis. Em alguns casos sem entender os motivos reais pelos quais as crianças sentem medo, os adultos acabam tomando atitudes inadequadas com a pretensão de acabar com o medo. Jogar forçosamente uma criança com medo de água dentro de uma piscina ou trancá-la num quarto escuro não a fará vencer o medo. Expor a criança com ignorância a coisas que teme e que não sabe nomear as causas não resolverá o problema.
Aos pais cabe a tarefa de ensinar e educar usando o bom senso e muito carinho, evitando assim acentuar qualquer ansiedade ou transformar um medo moderado, provavelmente passageiro, em uma experiência destruidora, capaz de se transformar numa fobia. É preciso ter a consciência que as fobias podem abalar o crescimento saudável de uma criança, porque são vividas tão intensamente que condicionam a sua auto-estima, a segurança e a confiança. Tão importante como saber o que fazer é o que não se deve fazer quanto à superação do medo de uma criança.
Às vezes é difícil para os pais determinar quando um medo infantil requer alguma forma de terapia.Quando o problema não é resolvido no âmbito familiar, é indicado procurar atendimento psicologico, já que o profissional pode encontrar a raiz do medo a partir de diálogos e de boas técnicas como a ludoterapia.
Dicas para lidar com os medos infantis
Avalie a intensidade do medo e fique atento para o limite da normalidade, que é a rotina saudável de vida;
Não diga mentiras, tais como: “vamos ao parque de diversão!” Sendo que a criança vai ao médico. Isso não é nada divertido! Porém prepará-la dias antes de ir ao médico aumentará sua ansiedade. Basta algumas horas antes;
Fale a verdade sobre os medos reais para que a criança construa noções de perigo. Exemplo: ela tem de saber que escadas, piscinas e animais presos representam riscos. Mas faça isso sem aterrorizá-la;
Não gaste tempo demais falando sobre determinado assunto para evitar que a criança fique ainda mais ansiosa. Mude de tópico, distraia;
Assegurar a criança que está tudo bem. A criança está muito atenta às ansiedades de seus pais. Expressões corporais e faciais e palavras irão confortá-la. Assegurar que tudo está sob controle;
Brinque com seu filho e entre na fantasia dele, experiências lúdicas ajudam os pequenos a lidar com seus anseios. Bonecos e brinquedos treinam a criança para a vida. As crianças costumam representar em brincadeiras o sentimento de medo frente a uma situação real, como a ida a um hospital;
Na hora de dormir a criança se sente desprotegida, pois tem que se “desligar” da presença dos pais e da segurança que os adultos oferecem. Então, quando a luz se apaga, as crianças não enxergam nada, o que é real desaparece e a escuridão esconde os perigos de sua própria imaginação. Não devemos obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme, nem ameaçá-la. É normal que tenha um pouco de medo do escuro, porque não consegue ver nada! Então não a obrigue a dormir sozinha com a lampada desligada;
Se a criança acordar de repente, tremendo de medo por causa de um sonho, não diga que é besteira e a mande voltar a dormir, virando você as costas, mas a abrace e a proteja. Pouco a pouco fica mais calma, volta a adormecer;
Uma causa que pode levar ao medo do escuro é a mudança de casa. A casa ou o quarto novo são desconhecidos que podem guardar surpresas como os temíveis monstros. Tenha paciência com a criança até que ela conheça a nova casa, canto por canto e vença o medo;
Com as crianças pequenas use um tom de voz muito calmo e a abrace de forma delicada quando ela demonstrar pavor. Ela responderá mais ao seu tom de voz do que ao significado de seu discurso, mesmo porque o vocabulário dela ainda está em formação;
Ofereça objetos para ela se sentir mais segura, principalmente na hora de dormir sozinha. São os chamados objetos transacionais, que reduzem a ansiedade da criança. Pode ser o famoso ursinho, a boneca e até cobertor ou fraldinha. O importante é que ela tenha algo familiar à mão para enfrentar os temores na hora de dormir;
A televisão é um meio de grande influência no desenvolvimento do medo. Alguns pais não prestam atenção nos programas assistidos pelos filhos e não entendem o porquê de tanto medo. A criança assiste TV sozinha sem a mediação de um adulto no esclarecimento do que é real ou imaginário. Fique atento ao que seu filho assiste na televisão;
Ao impor limite à criança não use frases como "o velho do saco vem te pegar" ou "o médico vai ter dar uma injeção". Existem diversas maneiras de educar sem que seja necessário utilizar meios amedrontadores;
Não cante musicas na hora de ninar e embalar as crianças, como: "Boi da cara preta pega essa criança que tem medo de careta" ou “... a cuca vem pegar...". As letras ficam no inconsciente e ajudam a causar medo na criança;
Os pais devem proporcionar segurança e confiança através de diálogo. Deixe seu filho à vontade para que expresse suas angústias e preocupações;
É importante que os pais trabalhem de forma discreta para que a criança ganhe segurança. O diálogo é sempre o melhor remédio. O grande segredo não é não ter medo, mas saber lidar com ele.
Evitar falar a terceiros diante da criança sobre seus medos e de como isso nos preocupa;
Evitar ridicularizá-la sozinha ou diante a terceiros;
Quando a criança se sentir atemorizada não ria dela ou do seu medo;
Não compará-la com outras crianças que não têm medo;
É aconselhável que os pais orem por seus filhos e os ensinem a orar e a confiar em Deus.
Graça e Paz.
Pra. Adriana Reis
“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória” Henry Ford Quero falar sucintamen...